Como a ciência salvou a China

Por Shellen Wu, via Nature, traduzido por André de Souza Ferreira. Originalmente publicado em 2019.

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim apresentou quatro grandes invenções da China antiga: o compasso, a imprensa, o papel e a pólvora. A lição à mostra, como ensinado nas salas de aula do país que hoje publica a maioria dos papéis de pesquisa, é que a inovação chinesa em ciência e tecnologia mudaram o mundo.


Entretanto, menos de cem anos antes, o filósofo chinês Feng Youlan escreveu o provocativo ensaio ‘Por que a China não tem ciência’ [1]. O intelectual – treinado na Universidade de Columbia na cidade de Nova Iorque – argumentou que desde a antiguidade as tradições filosóficas da nação e o entendimento único da relação humana com a natureza preveniram que o espírito da investigação científica criasse raízes. Feng, como tantos outros na época e desde então, incitaram que a ciência era a única salvação para uma nação em declínio precipitado.

Colocar esforços para mudar a percepção de falta de ciência no contexto da história turbulenta da China é chave para entender como a nação chegou na sua condição atual de superpotência. O fio vermelho que corre através dos últimos 150 anos da China é sua convicção inabalável na ciência como o caminho para a riqueza e poder. O relacionamento entrelaçado entre pesquisa e nacionalismo na China tem obscurecido como essa convicção cresceu de uma combinação de influência estrangeira e adaptação chinesa [2] [3]. Particularmente nos anos 1960 e 1970, o governo chinês tentou focar na ciência cultivada no país, e foi bem-sucedida em áreas como agricultura e medicina. Mas na visão de longo prazo, os períodos de maiores avanços foram aqueles quando a China se abriu para influências externas.

É uma lição salutar enquanto nos preparamos para os próximos 150 anos, incluindo mudanças climática, esgotamento de recursos e exploração espacial. Estes requerem um amplo engajamento com o mundo.

Assolado por Desastres

Catástrofes criaram as condições para o desenvolvimento da ciência e tecnologia na China. A última era imperial, a dinastia Qing (1644-1912), encarou uma série de humilhantes derrotas para potências estrangeiras no século dezenove, começando com a Primeira Guerra do Ópio em 1839. Este, e as subsequentes crises do ópio, levaram a um dos maiores levantes domésticos já vistos. A Rebelião Taiping (1850-64) devastou a região mais rica do meio do país e resultou em até 50 milhões de mortes.

Em 1868, um ano antes da revista Nature ser fundada, o primeiro livro-texto de ciência ocidental foi publicado em chinês, Introdução à Filosofia Natural (Gewu Rumen). Era destinado aos estudantes da Escola de Intérpretes, uma escola aberta por reformistas que procuraram adaptar o império para um mundo em mudança ao ensinar aspirantes a oficiais línguas estrangeiras e conhecimentos do Ocidente. O americano que traduziu o livro, Willian Martin, não tinha formação em ciência, mas entendeu sua importância para melhorar as fortunas de um país assolado por desastres. O livro continha ilustrações de microscópios e trens, e explicações básicas de uma variedade idiossincrática de conceitos de química, eletricidade e física.

Martin e outros missionários protestantes que se dirigiram à China no século dezenove viram o país como a próxima fronteira na salvação espiritual. A introdução da ciência através do livro-texto de Martin e outros trabalhos traduzidos proveram uma abertura e um caminho para melhorar o bem-estar material da vasta população de um país empobrecido. Os chineses que trabalharam nas traduções estavam pouco interessados em salvação espiritual, mas reconheceram a importância da ciência como a fundação do crescente poderio econômico-militar do Ocidente. Eles viram sua falta como a razão do estado de atraso da China.

Em 1863, os matemáticos Xu Shou e Hua Hengfang construíram o primeiro navio a vapor da China, usando ilustrações de uma revista missionária como guia. Eles então ajudaram a estabelecer um escritório de tradução que introduziu numerosos trabalhos científicos na China. No fim do século dezenove, mais e mais chineses estavam convencidos de que o que fez o Ocidente rico e poderoso foi a ciência e tecnologia. Milhares de estudantes se aventuraram a estudar fora, muitos para o Japão. Vendo a ciência como um caminho para aliviar as preocupações do seu país, eles retornaram ansiosos para estabelecerem seus campos.

Enquanto a dinastia colapsava em câmera lenta, os missionários e outros representantes de potências estrangeiras se tornaram mais assertivos no interior. No quente e seco verão de 1906, tensões latentes explodiram. Os rebeldes, dirigindo sua ira aos estrangeiros, sitiaram o quartel diplomático em Pequim. Na primeira sensação do noticiário internacional do novo século, tropas de oito países, incluindo Grã-Bretanha, Estados Unidos e Japão, resgataram os diplomatas presos.

No frenesi de destruição e pilhagem que se seguiu, soldados alemães e franceses reivindicaram o observatório da periferia da cidade velha que continha instrumentos astronômicos feitos para o tribunal por padres jesuítas e nos séculos dezessete e dezoito. Os alemães levaram para seu país uma carga de astrolábios e sextantes, elaboradamente decorados com dragões e outros motivos reais (eles foram exibidos no terreno de um palácio em Potsdam, fora de Berlim, até 1919, quando o Tratado de Versalhes estipulou o seu retorno). Pior ainda, os oito países invasores impuseram pagamentos de indenização consideráveis. Isso levou o estado Qing à falência e apressou sua morte.

Com parte dos seus espólios, os americanos estabeleceram um fundo de bolsa de estudos – dinheiro que uma geração dos melhores estudantes chineses usaram para estudar nos Estados Unidos. Em Janeiro de 1914, um grupo deles estabeleceu a Sociedade de Ciência da China na Universidade Cornell, em Ithaca, Nova Iorque.

Construção da Nação

Foi assim que a principal organização da ciência chinesa na primeira metade do século vinte surgiu no exterior. A maior parte dos fundadores e estudantes subsequentes voltaram para a China e se tornaram líderes dos seus campos, em um tempo quando instabilidade política e falta de financiamento centralizado fizeram a pesquisa ser uma tarefa hercúlea. Treinados em disciplinas que muitos viam como essencial para a construção de um país moderno, eles se puseram a trabalhar na ciência agrícola, genética, biologia, química e mais [4].

Por exemplo, um grupo composto majoritariamente de geólogos treinados no exterior pediram persistentemente ao governo que patrocinasse uma pesquisa de recursos nacionais. Um deles, Ding Wenjiang, que co-fundou o Serviço Geológico da China em Pequim em 1915, se tornou um intelectual público proeminente, envolvendo-se em debates amplamente divulgados e pedindo por um aumento do financiamento estatal para as ciências [5]. Sua incansável promoção ajudou a geologia a se tornar a mais coesa e internacionalmente respeitada ciência chinesa na primeira metade do século vinte.

Enquanto isso, Xu Chongqing e Li Fangbai, dois físicos chineses educados no Japão, introduziram a teoria da relatividade de Einstein [6]. Os bolsistas do Rockefeller Li Ruqi e Tan Jiazhen retornaram dos Estados Unidos para chefiar os principais departamentos de biologia e genética. Os biólogos Hu Xiansu e Bing Zhi advogaram pelo estudo taxonômico da flora e fauna chinesa [7] [8]. Nas décadas que se seguiram, esses cientistas ficaram cada vez mais receosos de basear sua agenda de pesquisa em modelos estrangeiros, buscando, em vez disso, construir uma ciência especificamente chinesa.

Nessa época, a frase “salvando a China por meio da ciência” (“kexue jiuguo”) aparecia com frequência em escritos populares. Pobreza e tumultos políticos assombravam os estudantes estrangeiros. Estudando fisiologia das plantas e genética na Universidade Cornell, Jin Shanbao recebeu comida estragada como uma pegadinha de estudantes norte-americanos, que zombaram dele dizendo que era para seus conterrâneos famintos. Profundamente chateado e ansioso para aliviar o sofrimento da China, Jin voltou para casa antes de terminar sua graduação. Ele passou a desenvolver variedades de trigo de alto rendimento, escrevendo “comida é a primeira necessidade das pessoas, a agricultura é a base do país” [9].

A crença de que a ciência salvaria a nação alcançou o seu pico durante a invasão japonesa, começando em 1937. Enfrentando forças vastamente superiores, o governo nacionalista recuou para o oeste, para a montanhosa província de Sichuan. Muitos cientistas foram de bom grado. Geólogos, por exemplo, continuaram seus trabalhos em uma casa de fazenda fora da capital do tempo de guerra, Chongqing.

Fotos tiradas pelo biólogo britânico Joseph Needham quando ele visitou em 1943 capturam as escassas instalações e o espírito de patriotismo entre os cientistas que encontrou. Em transe, ele começou a estudar a história da ciência na China.(Needham passou a publicar uma série de livros monumentais chamado Ciência e Civilização na China, que ajudou a popularizar a ideia das quatro grandes invenções antigas dentro do país, bem como em todo o mundo.)

Em suma, o desejo de resolver os problemas nacionais por meio da ciência prevalecia mesmo antes de 1949, quando a ideologia marxista priorizou o aplicado ao teórico. Através do século vinte, os maiores desafios do país foram alimentar e melhorar os padrões de vida de uma vasta e crescente população. Quaisquer que fossem suas afiliações políticas, a maioria dos principais cientistas chineses de cada época se dedicou a enfrentar esses desafios.

Ciência para Todos

Este ano – 2019 – é o ano dos aniversários. O Movimento de Quatro de Maio de 1919, uma resposta à traição dos aliados da China em Versalhes, definiu uma geração de intelectuais chineses. Os protestos estudantis na Praça Tiananmen em 1989 se baseiam nessa tradição e se tornaram um ponto de virada na era de “Reforma e Abertura” da China. Este mês marca o septuagésimo aniversário da República Popular.

Em relatos hagiográficos de uma era repleta de horrores, 1949 foi o início de de uma “Nova” China. Essas histórias enganosas encobrem as continuidades nas ciências durante a mudança de regime. Quando os comunistas esmagaram os nacionalistas na guerra civil que se seguiu após a derrota do Japão em 1945, a maior parte dos cientistas ficou para ajudar a reconstruir. O novo regime continuou os esforços para desenvolver a ciência que tinham começado na era anterior.

Embora as fileiras dos pesquisadores chineses tenham permanecido praticamente as mesmas, na primeira década do regime comunista a retórica mudou drasticamente. A ciência agora era definida explicitamente como um esforço das e para as pessoas. Einstein e a relatividade estavam fora, pesquisas e campanhas de saúde em massa estavam (ainda mais) na moda. No pico da cooperação sino-soviética nos anos 1950, 10.000 conselheiros soviéticos trabalharam em toda a China para fornecer ajuda técnica e científica ao desenvolvimento industrial do país.

O Partido Comunista supervisionou uma reestruturação completa das universidades do país e em instituições de pesquisa para remover a influência estadunidense e europeia e modelá-los segundo os da União Soviética. A Academia Sinica, a principal instituição de pesquisa da China, foi reorganizada na Academia Chinesa de Ciências (ACC). Especialistas soviéticos ajudaram a montar a primeira agenda de cinco anos da ACC com foco em extração de recursos e outras aplicações práticas.

Na verdade, essa agenda não diferia radicalmente do foco de pesquisa do tempo de guerra de muitos cientistas chineses [10]. Nem a comunidade científica chinesa capitulou inteiramente à influência soviética. Por exemplo, a pseudo-genética do Lysenkoismo, tão desastrosa para a agricultura em outros lugares, nunca se tornou a posição oficial devido à forte resistência de proeminentes biólogos chineses, apesar da intensa pressão política.

As restrições materiais de conduzir ciência em um país pobre formou essa geração de pesquisadores chineses. Aqueles que continuaram a fazer progresso significativo minimizaram seus treinamentos e expertises ocidentais e enfatizaram ao invés disso sua empatia pelas massas. Depois de receber seu PhD na Universidade de Minnesota em Minneapolis em 1949, o entomologista Pu Zhelong retornou para a China continental e pediu pelo uso de insetos no lugar dos pesticidas (que se revelou a rota mais ambientalmente sustentável). Nos anos 1970, o cientista agrícola Yuan Longpin e outros criaram arroz híbrido, o que levou à própria revolução verde da China. Diz-se que Yuan aprendeu com suas interações com os fazendeiros no campo [11].

A era Maoísta também diversificou a força de trabalho científica. Mulheres, camponeses e jovens foram encorajados a desafiar a hierarquia social em seus vilarejos e locais de trabalho e exaltados por suas contribuições à ciência. Para as mulheres, em particular, os anos 1950 e 1960 abriram dramaticamente os horizontes e permitiram a elas participar na ciência em um grau sem precedentes. Tu Youyou, por exemplo, que ganhou o Prêmio Nobel em Medicina, fez a maior parte da sua pesquisa sobre as qualidades antimaláricas da artemisinina durante esses anos. (A transformação foi temporária. Nas últimas quatro décadas, vieses de gênero retornaram juntamente com reformas de mercado.)

Mas os cientistas que ansiavam por um estado robusto e apoio à pesquisa logo se decepcionaram. A Revolução Cultural começando em 1966 fechou a ACC e todas as universidades. A educação no exterior se tornou um risco, e os mesmos pesquisadores que permaneceram na China por patriotismo nas décadas anteriores se viram alvos de ataques contra o elitismo. Credenciais revolucionárias foram vistos como mais importantes do que conhecimento especializado. A engenharia de barragens e outros projetos de grande escala para construir o socialismo pela superação da natureza às vezes procediam contra o conselho de especialistas [12] [13].

Projetos importantes para a defesa nacional, incluindo pesquisa nuclear, de foguetes e de satélites, designado de programa “Duas Bombas e Um Satélite”, continuaram a receber muito apoio do estado e foram protegidos da intervenção política. Liderado por cientistas chineses, muitos dos quais tinham treinado na Europa e nos Estados Unidos, a China se tornou uma potência nuclear em 1964 e teve seu primeiro bem-sucedido lançamento de satélite em 1970.

Cinquenta anos atrás, as perspectivas para a ciência na China em geral eram sombrias. Muitos campos foram paralisados à medida que a própria estrutura institucional de apoio ao avanço da ciência foi encerrada durante a década da Revolução Cultural. Os mais velhos da ciência passaram anos trabalhando em fazendas remotas e em campos de reforma. Nos diários pessoais do vice-presidente da ACC Zhu Kezhen, meteorologista treinado na Universidade de Harvard em Cambridge, Massachusetts, longos dias na década de 1960 eram pouco mais que “arrebatadores”. Muitos se saíram muito pior, alguns até morreram. Mas a ideia de que a ciência e tecnologia formaram a base da sociedade moderna nunca desapareceu completamente.

Quando os Estados Unidos e a China restabeleceram relações em 1972, cientistas estadunidenses rapidamente foram visitar [14]. A maioria não percebeu a extensão da supressão política que seus colegas enfrentaram e estavam excitados pelo prospecto de explorar a ciência socialista. Eles notaram a situação estagnante da pesquisa teórica; campos como física de partículas estavam décadas atrás do Ocidente.

Os visitantes estavam impressionados com alguns avanços feitos dadas as circunstâncias difíceis. Além da sua revolução verde, a nação fez progresso significativo na saúde pública: campanhas em massa ajudaram a erradicar a esquistossomose, uma doença infecciosa que estava matando cerca de 400.000 pessoas por ano. Muitos dos cientistas envolvidos tinham passado anos em campos de trabalho remotos sem verem suas famílias.

Após a morte do Presidente Mao em 1976, a ênfase em ciência e tecnologia retornou. Em 1978, Deng Xiaoping formalmente lançou uma política conhecida como as “Quatro Modernizações”, que colocaram um renovado foco em agricultura, indústria, defesa nacional e ciência e tecnologia. Naquela época, as universidades e a ACC tinham sido reabertas, e suas lideranças estavam ansiosas para entrar em ação.

Nas décadas seguintes, a economia chinesa tornou-se externamente semelhante à de um país capitalista. Mas a abordagem de cima para baixo forjada nos anos de Mao ainda é clara. Ela criou uma infraestrutura educacional e institucional centralizada para a ciência, o que tornou fácil direcionar investimento estratégico rapidamente. A indústria robótica, por exemplo, um dos componentes chave do plano da China de passar para a manufatura de alta tecnologia até 2025, está sediada no nordeste do país devido à proximidade do centro de pesquisa de robótica da ACC em Shenyang. Outras áreas fortes, como ciência de materiais e engenharia, também se basearam nos interesses da era anterior em superar a escassez de recursos e os desafios ambientais.

Durante esse período de reforma e abertura, cientistas que treinaram fora nos anos 1930 e 1940 e sobreviveram ao tumulto das décadas anteriores descobriram que suas redes internacionais tinham valor de novo. Uma segunda onda de estudantes embarcaram para estudos no exterior – 5,86 milhões entre 1978 e 2018. Grandes investimentos estatais alguns anos atrás têm atraído aqueles talentos de volta.

Aberto a Ideias

Ao longo do último século e meio, a crença de que a ciência e tecnologia podem melhorar a nação tornou-se profundamente enraizada na cultura chinesa, visível em slogans pintados em paredes e pôsteres das cidades até o campo. Não reconhecida nessas exibições é a conexão entre a ciência e uma abertura para influências e ideias do exterior.

Andar por pequim hoje é ver vestígios da história da ciência em todos os lugares. No lado leste, no Segundo Anel Viário, ficam os instrumentos astronômicos jesuítas, que navegaram nas turbulentas marés geopolíticas do século XX. Do outro lado da cidade, em um canto tranquilo do Zoológico de Pequim, uma pequena placa indica o local onde, nos últimos dias da dinastia Qing em 1906, o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio abriu a primeira estação para experimentos agrícolas em 70 hectares de terra.

No canto noroeste da cidade, a Escola de Intérpretes se tornou a elite Universidade Peking. Mais adiante, outra faculdade com laços históricos com os Estados Unidos é a atual Universidade Tsinghua, a principal escola de ciência e tecnologia da China. Cartazes e exposições públicas celebram o desenvolvimento científico. Nas livrarias, a ficção científica é o gênero mais moderno. Em laboratórios bem financiados e estações de campo de última geração, a China está avançando com uma firme convicção de seu status como uma superpotência científica.

Há uma outra história ao longo desse percurso, a dos compromissos com o mundo exterior que transformaram o país. Nos altos e baixos dessa história está uma mensagem – o futuro requer o internacionalismo que impulsionou a ascensão da China nos últimos 150 anos.

Referências

1. Feng, Y.-l. Int. J. Ethics 32, 237–263 (1922).

2. Meng, Y. East Asian Sci. Technol. Med. 16 13–52 (1999).

3. Huters, T. Bringing the World Home: Appropriating the West in Late Qing and Early Republican China (Univ. Hawaii Press, 2005).

4. Wang, Z. Osiris 17, 291–322 (2002).

5. Kwok, D. W. Y. Scientism in Chinese Thought 1900–1950 (Yale Univ. Press, 1965).

6. Hu, D. China and Albert Einstein: The Reception of the Physicist and his Theory in China 1917–1979 (Harvard Univ. Press, 2005).

7. Schneider, L. in Biology and Revolution in Twentieth-Century China 72 (Rowman &
Littlefield, 2003).

8. Jiang, L. Hist. Stud. Nat. Sci. 46, 154–206 (2016).

9. Cited in Geng, X. in Serving China Through Agricultural Science: American-Trained
Chinese Scholars and ‘Scientific Nationalism’ in Decentralized China (1911–1945) 220 (Univ.
Minnesota dissertation, 2015).

10. Wu, S. & Fan, F.-t. ‘Modern China’ The Cambridge History of Science Vol. 8 (eds Slotten, H. R., Numbers, R. L. & Livingstone, D. N.) (Cambridge Univ. Press, in the press).

11. Schmalzer, S. in Red Revolution, Green Revolution: Scientific Farming in Socialist China
92–93 (Univ. Chicago Press, 2016).

12.Fan, F.-t. Sci. Context 25, 127–154 (2012).

13.Shapiro, J. Mao’s War Against Nature: Politics and Environment in Revolutionary China (Cambridge Univ. Press, 2001).

14.Wang, Z. Hist. Stud. Phys. Biol. Sci. 30, 249–277 (1999).

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